VIDEOVIGILÂNCIA

SISTEMA DE VIDEOVIGILÂNCIA

A videovigilância, também conhecida como CCTV (Circuito Fechado de Televisão), refere-se ao uso de câmeras de vídeo para monitorar um determinado local ou atividade. Em Portugal, a utilização de sistemas de videovigilância é regulamentada por diversas leis, visando equilibrar a segurança com a proteção da privacidade.

Aspetos Legais Importantes em Portugal:

  • Notificação à CNPD: De acordo com o novo Regulamento Europeu de Proteção de Dados (RGPD), não é mais necessário pedir autorização ou fazer uma notificação à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) para ter um sistema de videovigilância. No entanto, é crucial cumprir outros requisitos legais.
  • Aviso Informativo: É obrigatório afixar um aviso informativo em locais sujeitos a videovigilância. Este aviso deve ser visível e informar sobre a existência das câmaras, a finalidade da captação de imagens e a entidade responsável pelo tratamento dos dados.
  • Prazo de Conservação das Imagens: As imagens captadas por sistemas de videovigilância devem ser conservadas por um período máximo de 30 dias, sendo eliminadas nas 48 horas seguintes, a menos que sejam necessárias para uma investigação criminal em curso.
  • Âmbito da Captação: As câmaras de videovigilância não podem captar imagens da via pública, de propriedades vizinhas ou de áreas comuns de passagem. Em propriedades privadas, a captação deve limitar-se ao interior da propriedade.
  • Proporcionalidade: A instalação de câmaras deve ser justificada por motivos legítimos de segurança, como a prevenção de furtos ou agressões, respeitando o princípio da proporcionalidade. Não é permitido filmar atos e gestos de trabalhadores com o objetivo de controlar o seu trabalho.
  • Condomínios: A instalação de câmaras de videovigilância em áreas comuns de condomínios requer, geralmente, o consentimento unânime de todos os condóminos e arrendatários, de acordo com o Código Civil (Propriedade Horizontal). As câmaras devem captar apenas as áreas comuns, evitando áreas privadas.
  • Empresas Abertas ao Público: Empresas abertas ao público podem necessitar de uma licença administrativa para instalar sistemas de videovigilância.

Ao adquirir e instalar um sistema de videovigilância, é fundamental garantir o cumprimento da legislação em vigor para evitar multas e garantir o respeito pela privacidade das pessoas.

VIDEOVIGILÂNCIA - CONFIGURAÇÃO TÍPICA

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O princípio de funcionamento de um sistema de Circuito Fechado de Televisão (CCTV) envolve uma rede de componentes interligados que trabalham em conjunto para capturar, transmitir, gravar e exibir imagens e, por vezes, som para fins de vigilância e segurança. Eis os principais aspetos do seu funcionamento:

1. Captura de Imagem:

  • Câmeras de Vigilância: São o elemento fundamental do sistema. Capturam imagens de vídeo da área monitorizada. Existem diversos tipos de câmeras CCTV, como:
    • Câmeras Analógicas: Transmitem sinais de vídeo analógicos para um gravador.
    • Câmeras IP (Internet Protocol): Convertem vídeo em dados digitais e transmitem-nos através de uma rede IP. Oferecem maior resolução e funcionalidades avançadas.
    • Câmeras Bullet: Formato cilíndrico, adequadas para exteriores e com boa visibilidade.
    • Câmeras Dome: Formato discreto em cúpula, comuns em interiores.
    • Câmeras PTZ (Pan-Tilt-Zoom): Permitem controlo remoto da direção, inclinação e zoom da lente.
    • Câmeras com Visão Noturna (Infravermelho – IR): Permitem a captação de imagens em condições de baixa ou nenhuma luminosidade.

2. Transmissão de Imagem:

As imagens capturadas pelas câmeras precisam ser transmitidas para um local onde possam ser visualizadas e/ou gravadas. Os métodos de transmissão incluem:

  • Cabo Coaxial: Tradicionalmente usado para câmeras analógicas. É um cabo com um condutor interno rodeado por um isolante e um condutor externo, oferecendo boa imunidade a interferências.
  • Cabo UTP (Unshielded Twisted Pair): Comumente usado para câmeras IP, transportando dados de vídeo digital através de redes Ethernet. Requer transmissores e recetores (baluns) para sinais analógicos.
  • Fibra Óptica: Utilizada para transmissões de longa distância com alta largura de banda e imunidade a interferências eletromagnéticas.
  • Wireless (Sem Fios): As câmeras Wi-Fi transmitem dados através de ondas de rádio para um recetor ou diretamente para uma rede. Útil para instalações onde a cablagem é difícil, mas pode ser suscetível a interferências e problemas de alcance.
  • Redes LAN/WAN/Internet: Câmeras IP podem transmitir dados através de redes locais (LAN), redes de longa distância (WAN) ou da internet, permitindo monitorização remota.

3. Gravação de Imagem:

Para visualização posterior e arquivo de evidências, as imagens são geralmente gravadas utilizando:

  • DVR (Digital Video Recorder): Utilizado para gravar sinais de vídeo analógicos. Converte os sinais analógicos em digitais para armazenamento em um disco rígido.
  • NVR (Network Video Recorder): Projetado para gravar vídeo digital transmitido por câmeras IP através de uma rede. Oferece melhor qualidade de imagem e funcionalidades de rede.
  • HVR (Hybrid Video Recorder): Combina as funcionalidades de DVR e NVR, permitindo a conexão e gravação de câmeras analógicas e IP simultaneamente.
  • Armazenamento na Nuvem: Alguns sistemas oferecem a opção de armazenar as gravações remotamente em servidores na nuvem, proporcionando segurança contra danos ou roubo do equipamento local e acesso remoto facilitado.
  • Cartões de Memória: Algumas câmeras, especialmente as sem fios, podem gravar diretamente em cartões de memória internos.

4. Visualização de Imagem:

As imagens capturadas e/ou gravadas podem ser visualizadas em tempo real ou posteriormente através de:

  • Monitores: Ecrãs conectados aos DVRs/NVRs ou diretamente às câmeras (no caso de câmeras IP com saída de vídeo).
  • Computadores: Software de gestão de vídeo (CMS – Central Management System) permite visualizar e gerir múltiplas câmeras e gravações num computador conectado à rede.
  • Dispositivos Móveis (Smartphones e Tablets): Muitos sistemas CCTV oferecem aplicações móveis que permitem visualizar as câmeras em direto e as gravações remotamente através da internet.

Em resumo, um sistema CCTV funciona através da captura de imagens por câmeras, transmissão dessas imagens por diversos meios, gravação para arquivo e posterior análise (opcional), e visualização em tempo real ou a posteriori em dispositivos apropriados. A escolha dos componentes e a forma como interagem dependem das necessidades específicas de vigilância e do orçamento disponível.

REDE DE INFORMAÇÃO

A “rede de informação CCTV” refere-se à infraestrutura de comunicação que permite a transmissão, armazenamento e gestão dos dados de vídeo capturados por um sistema de Circuito Fechado de Televisão (CCTV). Esta rede é essencial para o funcionamento eficaz do sistema, permitindo que as imagens sejam visualizadas em tempo real ou posteriormente, gravadas para análise futura e, em sistemas mais modernos, acedidas remotamente.

A arquitetura desta rede pode variar significativamente dependendo do tipo de câmeras utilizadas (analógicas ou IP), da escala do sistema e das funcionalidades desejadas. No entanto, alguns componentes e conceitos são comuns:

Componentes da Rede de Informação CCTV:

  • Câmeras: Capturam as imagens de vídeo. Em sistemas IP, cada câmera atua como um nó na rede, com o seu próprio endereço IP.
  • Meio de Transmissão: O canal físico ou lógico através do qual os dados de vídeo são transferidos. Pode incluir:
    • Cabos Coaxiais: Tradicionalmente usados para câmeras analógicas.
    • Cabos de Rede (Ethernet – UTP): Utilizados para câmeras IP, seguindo os padrões de rede Ethernet. Podem suportar Power over Ethernet (PoE), que fornece energia à câmera através do mesmo cabo de dados.
    • Fibra Óptica: Para transmissões de longa distância ou em ambientes com interferência eletromagnética.
    • Wireless (Wi-Fi): Para câmeras IP sem fios, oferecendo flexibilidade na instalação, mas podendo ser suscetível a interferências e limitações de alcance.
  • Dispositivos de Rede (para sistemas IP):
    • Switches: Conectam múltiplas câmeras IP e outros dispositivos de rede, gerenciando o fluxo de dados dentro da rede local (LAN). Switches com suporte a PoE são frequentemente utilizados para alimentar as câmeras.
    • Routers: Permitem a comunicação entre diferentes redes, como a LAN do CCTV e a internet, para acesso remoto.
  • Gravador de Vídeo:
    • DVR (Digital Video Recorder): Para sistemas analógicos, converte os sinais de vídeo analógicos em digitais para gravação em disco rígido.
    • NVR (Network Video Recorder): Para sistemas IP, recebe e grava os fluxos de vídeo digitais transmitidos pela rede.
    • HVR (Hybrid Video Recorder): Suporta câmeras analógicas e IP.
  • Servidor de Vídeo (em sistemas maiores ou mais complexos): Pode ser utilizado para armazenamento centralizado, análise de vídeo avançada e gestão de um grande número de câmeras.
  • Monitores e Estações de Trabalho: Para visualização em tempo real e reprodução das gravações. Podem estar conectados diretamente aos gravadores ou aceder ao sistema através da rede.
  • Software de Gestão de Vídeo (VMS – Video Management Software): Aplicações que permitem gerir, visualizar, gravar e analisar as imagens de vídeo de múltiplas câmeras, especialmente em sistemas IP. Podem oferecer funcionalidades como deteção de movimento, reconhecimento facial, análise de matrículas, etc.
  • Internet e Acesso Remoto: Muitos sistemas modernos permitem o acesso às imagens em direto e às gravações através da internet, utilizando computadores, smartphones ou tablets. Isto requer uma configuração adequada da rede e medidas de segurança para proteger o acesso não autorizado.
  • Armazenamento: Os dados de vídeo podem ser armazenados localmente (em discos rígidos nos DVRs/NVRs ou servidores) ou na nuvem.

Tipos de Redes CCTV:

  • Redes Analógicas: Utilizam principalmente cabos coaxiais para transmitir sinais de vídeo para um DVR. A rede é mais simples, mas oferece menos flexibilidade e funcionalidades limitadas em comparação com sistemas IP.
  • Redes IP: Baseiam-se na tecnologia de rede Ethernet, utilizando cabos UTP ou conexões sem fios para transmitir dados de vídeo digital. Oferecem maior resolução, funcionalidades avançadas (como análise de vídeo integrada nas câmeras), escalabilidade e a possibilidade de acesso remoto facilitado.
  • Redes Híbridas: Combinam elementos de sistemas analógicos e IP, permitindo a utilização de ambos os tipos de câmeras num único sistema através de um HVR.

Em resumo, a rede de informação CCTV é a espinha dorsal de um sistema de videovigilância, permitindo a captura, transmissão, gravação, visualização e gestão das informações de vídeo, sendo a sua complexidade e arquitetura definidas pelas necessidades específicas de cada aplicação.

MONITORIZAÇÃO LOCAL E REMOTA

Alarmes + Controlo Acessos + Assiduidades + Imagens